Tosse: medidas simples e eficazes para acabar com esse mal

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 Olá queridos papais e mamães!

O post de hoje é de minha autoria e foi publicado originalmente no dia 8 de outubro de 2014 no site Macetes de mãe, sobre medidas para alívio da tosse, onde escrevi um pouco a respeito da tosse…esse sintoma chato que incomoda muito as crianças…e os pais também.

Espero que ajude! Contem suas experiências, mandem suas dúvidas e comentários!

 

Tosse – medidas simples e eficazes para acabar com esse mal

Por Kelly Oliveira

Tosse é um sintoma comum na prática pediátrica e um dos grandes problemas que os papais e mamães de crianças pequenas enfrentam.

Quantas noites mal dormidas ou passadas em claro você, papai ou mamãe, passou porque seu pequeno filhote não parava de tossir? Quantos dias perdidos de escola e de trabalho por causa dessa tosse que não passa?

A angústia é tanta que medicamentos nas farmácias para combater a famigerada é o que não faltam. Inúmeros xaropes para tosse, creme para passar no corpo ou inalar, adesivos, chás e ervas medicinais… E, a maioria, se consegue sem prescrição médica. Mas como saber qual o melhor remédio? Será que vale mesmo a pena usar tanta medicação? Qual medicação é de fato eficaz para o alívio da tosse?

Bem, eu, como pediatra, tenho algumas ressalvas a fazer antes de dar as dicas de como aliviar a tosse. Por favor, leia-as antes de pular para a próxima parte.

# Ressalva número 1: Nenhum xarope é eficaz para “curar” a tosse. Isso mesmo! Não adianta pedir  ao seu pediatra algo que fará cessar a tosse, pois isso não acontece por completo!  A tosse é um mecanismo de defesa do organismo para expelir aquilo que está causando problemas no organismo, geralmente secundário ao acúmulo de secreção nas vias aéreas superiores e nos brônquios.  Existem medicações capazes de “sedar” a tosse, porém, não devem ser prescritas de forma nenhuma para crianças. Estas têm efeitos colaterais adversos que podem levar a sérias complicações nas crianças que não cabe explicar aqui.  Assim, por mais que existam tantos xaropes no mercado, saiba você, mamãe consciente e informada, que eles têm um apelo muito forte da indústria farmacêutica,  mas pouco resolvem de fato.

# Ressalva número 2: A tosse da qual falo aqui é aquela tosse secundária a um resfriado comum ou gripe e NÃO uma tosse acompanhada de uma febre prolongada, por mais de 72h, associada a queda do estado geral da criança (essa, sempre, deve ser avaliada pelo pediatra). A tosse acompanhada de desconforto respiratório também precisa de avaliação médica, assim como uma tosse prolongada, com duração maior que 15 dias associada a febre e emagrecimento.  Ou seja, nesse post, vamos falar de uma tosse mais “simples”, secundária a um resfriado comum ou gripe.

Dito isto, vamos às dicas!

Quanto mais água, melhor

A tosse leva a um mecanismo de irritação das vias aéreas superiores, que provoca o ressecamento das mucosas. Este, por sua vez, piora a tosse. Sem falar que, na presença de febre, há um aumento ainda maior da perda de água no organismo. Por isso, mamães, quanto mais água melhor! É fundamental o aumento da oferta de água e líquidos no geral para a criança. É bebezinho muito pequeno? Se mama no peito, a mamãe deve aumentar (e muito) o seu próprio consumo de água e oferecer mais vezes o peito. Se toma leite de fórmula ou já aceita comida, oferecer mais água e líquidos no geral! Uma boa hidratação alivia os sintomas e mantém as mucosas úmidas.

A boa e velha inalação

Por que será que todos os pediatras passam inalação e não prescrevem o xarope que você, mamãe, tanto quer comprar?

Porque inalação funciona! Sim, eu sei, dá trabalho e tem criança que não fica quieta de jeito nenhum, chora, esperneia e, assim demora para fazer, mas eu garanto, alivia! O mesmo princípio da hidratação vale aqui. A inalação vai promover a umidificação das mucosas e também dos brônquios! Ela ajuda a soltar o catarro que está preso, espesso. No princípio, pode até piorar a tosse, pois vai soltar secreção, mas com a criança conseguindo soltar o catarro, depois vem o alívio (delas e nosso!). Ah! E claro, nem precisa dizer que quanto mais vezes, melhor! Se seu bebe mama no peito, que tal fazer enquanto amamenta? É um período que você vai ter que estar com ele próximo a você por pelo menos 20 minutinhos e não “perde” mais um período do dia (sabemos o quanto isso é precioso para uma mãe!). E mais um detalhe importante: Não esquecer que a inalação deve ser somente com soro fisiológico, claro! Outras medicações, somente com indicação e prescrição médica.

Cuide do nariz também

Qualquer resfriado por menor que seja dá aquela obstrução nasal.  Bebê com nariz entupido não mama direito, não dorme direito e chora o tempo todo! Crianças maiores também dormem mal e, ao deitarmos, o acúmulo de secreção nasal leva também ao mecanismo da tosse. O princípio aqui é mecânico: quanto mais lavarmos o nariz, melhor! Em bebês pode ser com conta gotas ou uma seringa pequena, nos maiores existem dispositivos spray, seringas, etc… O que importa é lavar! No final do dia, a conta deve ser em torno de 10 vezes. Parece muito, mas é exatamente isso que vai determinar a melhora da tosse.

Santo mel

Sim, sou contra xaropes. Não, não contra todos os xaropes! Vou explicar o porquê.

Foi publicado na revista científica Pediatrics em 2012 um estudo sobre efeito do mel na tosse noturna e na qualidade do sono em crianças de 1 a 5 anos. Os resultados provaram que o mel, sim o mel, por si só, é um remédio eficaz para o alívio da tosse. Nesse estudo ele provou melhorar os sintomas de frequência e intensidade da tosse e também a qualidade do sono.  Tudo isso porque o mel tem propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias naturais que aliviam de fato o sintoma da tosse e o incômodo que ela causa. Outros estudos também corroboraram o uso do mel para tosse e a Organização Mundial da Saúde recomenda a sua utilização. Mas atenção! O mel deve ser usado somente em crianças acima de 1 ano pelo risco de alergias.

Receitinha de vó 

Eba! A máxima da vovó ainda vale: faça um xarope com mel que melhora! Mel puro, com guaco, com hortelã, não importa! O que importa é fazer!

Lembrem-se mamães que todas essas dicas feitas juntas são medidas básicas e muito úteis que ajudarão muito na saúde dos pequenos (e dos pais também!)

Bom, por hoje é só. Espero ter ajudado a aliviar algumas noites de sono.

Espero que tenham aprendido bastante! Compartilhe para que outras pessoas também possam ter essa informação 😉

Um bjo

Dra. Kelly Marques Oliveira

Pediatra, Alergia e Imunologia e Consultora Internacional de Amamentação (IBCLC) – CRM 145039

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